Antes de começar gostaria de deixar bem claro que não é função do médico recriminar ou descriminar as pessoas que por inúmeros motivos utilizam de Esteroides para melhorar a performance ou objetivando mais rapidamente aumento de massa muscular.
A função do médico é:
1- Orientar sobre os Riscos
2- Tratar e recuperar a função testicular
3- Utilizar todos os recursos possíveis para minimizar danos Hepáticos, renais, Cardiovasculares e Testiculares.
4- Evitar a Dependência química.
Esse termo é popularmente usado por usuários de Esteroides Anabolizantes, na linguagem médica seria o Tratamento de Hipogonadismo Masculino induzido por medicamentos.
O tratamento tem como objetivo recuperar as 2 funções básicas de Testículo:
1 – Produção de espermatozoides
2- Produção da Testosterona
De um modo muito simplificado e com linguagem acessível vamos explicar o que acontece quando se usa Hormônios com fins Anabolizantes, e quais as consequências após a parada.
A Hipófise (glândula localizada na parte inferior do encéfalo e Coordena entre outras coisas a secreção de testosterona nos testículos), entende que por ter altos níveis de hormônio circulando, não manda mensagem para o testículo produzir testosterona.
O Testículo não recebendo essas mensagens da Hipófise fica sem produzir
Testosterona e diminui muito a produção de espermatozoide.
O uso prolongado pode levar a atrofia testicular (por desuso).
O paciente vai estar sentindo bem estar, aumento da auto estima, aumentando massa muscular, diminuição do percentual de gordura devido aos altos níveis de testosterona administrados.
Quando o ciclo acaba e a pessoa para de administrar os Hormônios a Hipófise demora um tempo para se recuperar e voltar a enviar mensagem para o testículo avisando que a testosterona está muito baixa.
O testículo como passou um tempo prolongado em repouso e as vezes está até atrofiado demora vários MESES para se recuperar, chegando algumas vezes a mais de 1 ANO.
Nesse período que o testículo está recuperando suas funções o paciente em geral vai sentir os seguintes sintomas com intensidade variável:
• Perda de parte ou toda massa muscular adquirida no ciclo.
Fadiga, Diminuição da disposição o e vigor
• Perda de Libido e alguns casos de disfunção erétil
• Distúrbios ejaculatórios (em geral retardo)
Diante desse quadro e do contraste dos sintomas de bem estar, força e virilidade experimentados durante uso de altas doses de hormônio o paciente em geral retoma o uso e entra num efeito de bola de neve e explicando até 1/3 de dependentes (usuários crônicos).
A função de realizar uma TPC estruturada e individualizada é acelerar esse processo de recuperação testicular e minimizando ao máximo os sintomas acima citados. Assim evitando a dependência de esteroides e inicio de uma Reposição Hormonal permanente precoce.
Os protocolos fixos com 1 a 2 meses de tratamento são fortemente desaconselhados por essa resposta hormonal ter uma variação individual muito grande.
Aqui eu listo os principais fatores que determinam o tempo e resposta da TPC.
• Tempo de USO e a DOSE dos Esteroides
• Tipo de Esteroide e Associações.
• Presença de Atrofia Testicular
• Uso de medicações de “proteção”durante o ciclo.
A combinação de medicação, o ajuste de doses e o tempo da TPC irão depender dos fatores acima, exames laboratoriais (iniciais e no final do tratamento) e sintomas. Sendo assim feita de modo individualizado.
As medicações que Dispomos em farmácia comum para recuperação testicular, não foram criadas especificamente para isso e sim para estímulo da ovulação feminina e até câncer de mama.
São Elas:
• HCG: Estimula diretamente os receptores testiculares para produção
Da testostosterona, e aumentando esses níveis hormonais também favorecem ao retorno da produção de espermatozoides.
• SERMS (Clomifeno e Tamoxifeno …): Evitam que o estrogênio iniba a Hipófise a mandar estímulos para o Testículo
• Inibidores da Aromatase (anastrozol ; letrozol ; exemestane,…): Diminuem os níveis de estrogênio.
• Mesterolona: Opção em casos específicos.
• Os fitoterápicos nunca devem ser usados como terapia única e sim como coadjuvantes em alguns casos.
Espero que tenha contribuído com essas informações para esse tema tão controverso e debatido.

Dr. Marco Túlio Cavalcanti Filho – Urologista e Andrologista

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário